OBSERVAÇÃO NA EJA
Aluna: Lisabete Muniz Naue
Professora: Gisele Cristina de Boucherville
Período de observação: 6 horas aula
Escola: Estadual Maria das Dores Brasil
Serie: Terceiro ano do Ensino Médio
Relato da Observação
A observação se deu numa turma do terceiro ano do Ensino Médio, nas disciplinas de física, química e história. Fomos bem recebidas pelo diretor o senhor Gervalino Taigon e pela coordenadora da EJA a senhora Lucenir que nos encaminhou até a sala. Fomos apresentadas a professora e aos alunos.
A aula de física e química é dada pela mesma professora, que na ocasião estava revisando os exercícios do trabalho que haviam feito o qual seria a base da avaliação bimestral, fez alguns exemplos no quadro. Os alunos estavam também engajados na apresentação de final de ano para o encerramento das atividades letivas. Cada turma era responsável por enfeitar uma parte da escola e fazer uma apresentação para a comunidade. Neste mesmo dia se organizaram para atender uma carta de uma criança escrita para o papai Noel dos correios, os alunos estavam empolgados e todos demonstraram interesse em ajudar para comprar o material escolar e a mochila pedida pela criança, embora o sonho dela fosse ganhar um carrinho, que iriam comprar igualmente.
A turma é composta de jovens, que sentindo a necessidade do estudo para alcançar um melhor trabalho volta pra sala de aula. A turma esta sempre trocando idéias do acontece na sociedade. A aula de historia foi realizada na multifuncional para assistir ao filme Batismo de Sangue, que retrata a época do Regime Militar no Brasil, onde os jovens lutavam para combater o militarismo, após o filme os alunos deveriam fazer um resumo. Os alunos demonstraram curiosidade e fizeram muitas perguntas.
Com a globalização as pessoas sentem a necessidade do dinheiro e da informação como fatores constitutivos da sua vida, onde o dinheiro é apresentado como motor da vida econômica e social, como se fosse necessidade vital do ser humano. E é esse pensamento que impulsiona muitos a continuar na escola ou retornar a ela.
TRIANGULAÇÃO DAS OBSERVAÇÕES COM O PRESSUPOSTO DA COMPLEXIDADE DE EDGAR MORIN
As acadêmicas de Pedagogia Euliene Batista, Fabiana Silva, Jaqueline Simão, Lenise Carvalho, Liliane Serra, Lisabete Muniz, Marília Batista, Onésia Souza, e Skivia Canhete estiveram ao longo da última semana de novembro fazendo estágio de observação com a carga horária de 6 horas na Educação de Jovens e Adultos – EJA, em Escolas Estaduais e Municipais de Boa Vista, Roraima.
Durante a disciplina Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos podemos conhecer alguns motivos que fizeram jovens e adultos evadir-se da escola e retornarem a ela, como ajuda financeira á família, e busca de diploma para melhor qualificação no mercado de trabalho.Deste modo dois importantes documentos fizeram-se essenciais para o desenvolvimento da EJA no Brasil: a Constituição de 1988 e a LDB/96.
A Constituição de 1988 contempla que o Estado deve oferecer Ensino Fundamental obrigatório e gratuito a esse público que não tiveram acesso na idade própria. A LDB/96 estabelece ainda, além do Ensino Fundamental, o Ensino Médio à essa clientela, destacando ainda que o Poder Público deve proporcionar acesso e permanência do trabalhador na escola.
As acadêmicas Euliene, Marília e Onésia observaram na Escola Municipal Francisco de Souza Bríglia em salas de Ensino Fundamental, 4ª série, 2ª série e 4ª série, respectivamente. Observando que na 2ª série a maioria é idosa, em processo de alfabetização e na 4ª a turma é mista, composta por jovens e adultos, que ainda não sabem exercer a leitura e a escrita fluentemente.
A Escola Municipal Francisco de Souza Bríglia estava desenvolvendo projeto de aprendizagem sobre combate a pedofilia, onde os alunos estavam se envolvendo de forma significativa, ensaiando as apresentações sobre o tema.
As acadêmicas Fabiana, Jaqueline, Liliane, Lisabete, Skivia e Lenise desenvolveram a observação em Escolas Estaduais de Boa Vista, em Ensino Médio. A primeira observou o 2º ano na Escola Estadual Dr. Luiz Ritller Brito de Lucena, as outras três observaram o 3º ano na Escola Estadual Maria das Dores Brasil e a última observou o 1º ano na Escola Estadual Monteiro Lobato. Observamos ainda que o Ensino Médio em todas as escolas era composto por jovens em sua maioria. A Escola Estadual Dr. Luiz Ritller Brito de Lucena na turma do 2º ano estava apenas revisando conteúdos para os últimos exames.
A Escola Estadual Maria das Dores Brasil estava envolvida em ornamentações da escola com decorações natalinas e apresentações para o encerramento do ano letivo, além de revisão de conteúdo para as avaliações finais. A Escola Estadual Monteiro Lobato estava desenvolvendo atividades e trabalhos sobre Consciência Negra e revisões sobre temas a ser estudados para as provas do 4º bimestre.
A diversidade nas escolas era composta por variadas pessoas com faixas etárias diferentes, além da diversidade social, cultural e religiosa. Mostram-se também educandos com personalidades distintas.
Segundo Boucherville e Gabriel, apud, Wikipédia, “O termo diversidade diz respeito a variedade de convivência de ideias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente (...)”. Assim, ao longo do estágio de observação nas escolas da EJA podemos perceber que há diversidade em todas as turmas, pois a sociedade é composta por pluralidade de sujeitos, pensamentos, ideologias, culturas, economias distintas.
O pressuposto da complexidade criado por Edgar Morin estabelece que as disciplinas estão desintegradas no sistema educacional, desarticuladas com que significa ser humano, desconsiderando aspectos como a psicologia, o meio ambiente e a história. O teórico da complexidade “sugere ainda um pensamento crítico sobre o próprio pensar, o que remete a sempre retornar ao começo. Consiste em um procedimento em espiral, que amplia o conhecimento a cada retorno e, desse modo, comunga com o fato de o ser humano ser incompleto, necessitando aprender por toda a vida.”
É a partir dos conhecimentos anteriores dos alunos que o professor deve propiciar uma aprendizagem significativa, partindo do conhecimento real ao conhecimento mais complexo.
É conveniente ainda, destacar que o ser humano não é um ser acabado e sim um ser que está em constante transformação e construção. Isso faz pensar na complexidade do espaço social que a escola institui aos alunos da EJA e, sobretudo na eficácia da reprodução de um discurso estigmatizado que potencializa a condição de excluídos vivenciados por essas pessoas em outros espaços sociais, e como eles se apropriam e até assumem a condição de fracassados que lhes é atribuído.
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